Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26/12) pelo Banco Central, o estoque de crédito, ou seja, o total de empréstimos concedidos por instituições financeiras do país, atingiu a marca recorde de R$ 6,972 trilhões em novembro. Isso apesar de um recuo de 6,6% na concessão de novos empréstimos.
O montante representa 60% do PIB brasileiro (R$ 11,7 trilhões, em 2024). Nos Estados Unidos, a relação de crédito sobre o PIB chega a 180%. Metade das famílias (49,3%) das famílias estava endividada em novembro.
Dinheiro fácil
O acesso facilitado ao crédito proporcionado pelos bancos digitais e novas regras jurídicas, como a ampliação do consignado para trabalhadores autônomos e do setor privado, são considerados os principais fatores para o crescimento do estoque de crédito.
Consignado dispara
O crédito consignado privado foi o maior responsável pelo aumento do endividamento dos brasileiros, com um crescimento de 257% em 2025, saltando de R$ 1,6 bilhão para mais de R$ 6 bilhões mensais de empréstimos concedidos. Além de trabalhadores com carteira assinada (CLT), microempreendedores individuais (MEI) e motoristas de aplicativos podem requerer o benefício.
Juros explodem
Tanta facilidade cobra o seu preço. O custo do dinheiro disparou, com a taxa média de juros chegando a 59,4% ao ano em novembro, a maior desde 2017.
Segundo projeção do Banco Central, os juros do consignado praticados em novembro eram, em média, de 57,1%, um aumento de 18% no ano.
O crédito pessoal não consignado subiu 5,5 pontos percentuais, atingindo 106,6% ao ano, enquanto os juros do cartão de crédito subiram 3,2 pontos percentuais, acumulando 181,2% ao ano.
A modalidade de crédito mais cara do país, o cartão de crédito rotativo, subiu mais 0,7 ponto percentual, chegando a inacreditáveis 440,4% ao ano.
Fonte: Banco Central e Agência Brasil

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